sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Eu cheguei ao fundo do poço

Sim, ao fundo. Bem ao fundo.

Eu me descobri depressiva. E não da boca para fora. Por inteiro, corpo e alma doentes. Sedentos de emoção. Eu fiquei apática. Nada importava. Não queria nada. Não tinha objetivos. Só chorava. Quantas foram as tardes que passei só, chorando? E lamentando pela falta de algo que eu não sabia o que era.

Quebrada. Incompleta. Pela metade. Pensamentos tortos. Vida pra quê? Pensei para o que eu servia. Pensei o que fazer. Pensei por que fazer. Pensei que eu não servia para nada, que eu não devia fazer nada, que não tinha porque fazer. Pensei em ficar estática. Pensei em não existir. Pensei em não pensar.

A dor, simplesmente, era grande demais para eu suportar. As lágrimas não bastavam mais. Elas secaram. Cessaram. Então a destruição começou pra valer. Minhas vontades foram embora. Meus pensamentos exauriram-se. Meu corpo adoeceu. E então eu sequei completamente.

Sequei porque não havia mais nada. Não havia sentimentos. Tampouco emoção. Não havia por quê.